quarta-feira, 28 de julho de 2010

Os Pastores das Igrejas Assembleias de Deus e as eleições de Outubro 2010

João Cruzué


No dia 03 de outubro de 2010, serão realizadas eleições para todos cargos políticos desta nação, exceto para prefeitos e vereadores. As principais matérias de cunho anti-cristão, tais como aborto, casamento gay, projeto de lei da homofobia, projeto de direitos autorais da internet e outras, estão estrategicamente escondidas nas gavetas do Congresso esperando que o término dessas eleições para voltarem com toda força. No momento, os crentes que sempre foram considerados o atraso da sociedade brasileira pela grande maioria dos políticos, estão sendo paparicados e adulados.

Creio que isto não é novidade para nenhum dos leitores.

Como também não é novidade a certeza que muitos políticos descrentes têm, que é muito fácil comprar o voto dos evangélicos a partir de propostas indecentes para seus pastores. Eles sabem que a fé e a moral desses pastores são bem relativas - com as raras e abençoadas exceções de sempre.

Pois bem, assim que os próximos deputados federais e senadores tomarem posse, em 2011, todos os assuntos anti-bíblicos engavetados e camuflados, voltarão à pauta. E os crentes voltarão a ter o cheiro ruim de fundamentalismo e atraso que eles sempre disseram, depois de eleitos.

Se estes projetos contrários à Bíblia se converterem em Lei - como já aconteceu na Argentina, no Chile e na Suécia - berço dos missionários que fundaram e organizaram a Igreja Evangélica Assembleia de Deus no Brasil - eu tenho algo muito grave a dizer. Se estas leis vieram a prejudicar a sociedade brasileira, é por culpa principalmente dos Pastores da Igreja Evangélica Assembleia de Deus.

Por que?

Porque seus templos recebem a visita de todos os candidatos com pretensão ao Congresso Nacional. Os homens que decidirão o destino das leis. Esses pastores sabem exatamente o que deve e o que não deve ser feito com os votos dos membros das suas Igrejas. E digo mais, que é muito difícil um aspirante ao Congresso Nacional, hoje, conquistar seu cargo - sem votos de evangélicos.

Se na próxima legislatura, as crianças e adolescentes de nossas Igrejas voltarem para casa com um cartilha de homoafetividade na mão, impressa com autorização do MEC. como está acontecendo no Chile. Se no dia de amanhã, pastores forem obrigados a mudar a liturgia ministerial em suas Igrejas para se adequar à lei de homofobia - como aconteceu na Suécia. Se no dia de amanhã quebraram as portas de templos evangélicos para celebrar casamentos e outros eventos para gays e lésbicas, eu vou culpar e responsabilizar principalmente os pastores da "minha" Igreja - a Igreja Evangélica Assembleia de Deus.

Vou culpar por não conscientizarem seus membros, porque eu não me atreveria a pensar que os culparia por negociar os votos potenciais de suas Igrejas em favor de ímpios por dinheiro ou vantagens inescrupulosas. Ou por empregos para parentes, terrenos para templos ou cinco milheiros de blocos.

Senhores pastores, o voto evangélico representa, no mínimo, 25% dos eleitores desta nação. Não costumamos votar com base em vida religiosa dos candidatos, mas por sua potencial competência. Mas de agora em diante, os candidatos comprometidos com causas inimigas da Igreja, ainda que vierem vestidos de branco e trazendo auréola de santos - não merecem o nosso voto. Não devem recerber um voto que seja de um cristão, que tenha temor de Deus.

E por falar em temor de Deus, antes de votar em outubro pergunte para seu travesseiro: o deputado federal e os dois senadores que estiver pensando em votar, vai respeitar os interesses cristãos diante de um projeto que venha a prejudicar a Igreja? Se tiver dúvidas - não vote neles.

E se seu pastor estiver fazendo campanha ostensiva ou disfarçada na Igreja em favor de candidatos, que só aparecem na Igreja no período eleitoral, reuna alguns irmãos e peçam explicações a ele. Não seja omisso, pois no dia que seu filho ou neto voltar para casa com uma cartilha gay ou sua Igreja for obrigada a realizar casamentos gay, ou ser proibido ler a Bíblia inteiro no púlpito, a culpa vai ser do seu pastor e também sua porque não fez nada - a não ser criticar.

Isto é muito duro, mas é melhor dizer agora - antes das eleições.


Fonte: João Cruzué http://olharcristao.blogspot.com/2010/07/pastores-igreja-assembleia-de-deus-e.html

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Parece Cordeiro,Mas fala como Dragão

Vivemos dias terríveis, dias que jamais imaginei contemplar. Não digo isso apenas por causa da maldade que prolifera exponencialmente na vida daqueles que abertamente vivem longe de Cristo. Infelizmente, até nos acostumamos a ouvir histórias cruéis como de filhos que matam seus pais, pais que jogam seus filhos pela janela, mães que abandonam recém-nascidos no lixo, goleiros suspeitos de assassinar namoradas, padres pedófilos, políticos corruptos, etc.
Entretanto, a assustadora maldade, que outrora ficava à espreita em lugares escusos, mudou ousadamente sua abordagem. O mal deixou suas trincheiras para caminhar em plena luz do dia e, vorazmente, avançar sobre todos. A perversidade, o engano, os desvios de conduta como homossexualismo, homicídios, idolatrias, imoralidades, adultérios, divórcios, mentiras e ensinos enganosos, coisas tão comuns na vida daqueles que se perdem sem Cristo, deixaram de ser algo “exclusivo” deles!
O mal é sagaz, perseverante e astuto como uma serpente. Ele abandonou sua real aparência (2 Co 11.14), banhou-se e adentrou as melhores universidades, conquistou títulos e diversos doutorados, dominou com fluência muitos idiomas, visitou inúmeros países e, quando estava pronto, deu seu mais cruel golpe: colocou sua melhor roupa e assumiu o púlpito de muitas igrejas. Na forma de um intelectual poderoso, o mal descobriu que para matar a presa, nem sempre é necessário dilacerá-las ferozmente. Não! Ele as mata por dentro, aos poucos, pelo coração. Como? É simples. Com palavras bonitas e poder de persuasão, ensina mentiras, oferecendo, sistematicamente, porções doces de intelectualidade vazia e filosofias meramente humanas.
Já ouvi de púlpitos brasileiros lições que ensinaram que Abraão foi um “banana” por entregar seu filho Isaque em sacrifício sem lutar com Deus; que sexo fora do casamento é lícito, desde que seja feito com respeito e fidelidade; que os crentes precisam “se libertar de Jesus”, deixando de ser tão dependentes dele; e que o relacionamento amoroso entre crente e incrédulo não é pecado, mas apenas falta de sabedoria.
Esses argumentos trocam a verdade das Escrituras por uma intelectualidade vazia, porém diplomada, a qual é ovacionada por crentes rasos e falsos irmãos. Nada há de errado em ser intelectual. Errado é colocar a mente humana acima das Escrituras, desprezando o que nos é ensinado, como: “Confia no Senhor de todo o teu coração e não te apoies no teu próprio entendimento” (Pv 3.5).
Essa realidade, que me causa tanta tristeza, não deveria ser motivo de espanto. Deus nos alertou de que o mal entraria na igreja e não pouparia o rebanho e que viriam tempos em que os líderes falariam coisas pervertidas. O apóstolo disse: “Eu sei que, depois da minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes, que não pouparão o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens falando coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles” (At 20.29-30).
Portanto, não devemos julgar um pregador, mestre, intelectual pela sua aparência ou oratória. Se fizermos assim, certamente incorreremos no erro. Julguem os irmãos e os falsos irmãos à luz do que eles ensinam e não à luz do resultado que eles transitoriamente alcançam. Em Apocalipse, João nos diz que o falso profeta, aquele que por seus prodígios e discursos irá seduzir milhares de pessoas, levando-as a adorar o anticristo, tem uma característica muito semelhante à de muitos pastores e intelectuais da atualidade. Apocalipse 13.11-14 diz: “Vi ainda outra besta emergir da terra; possuía dois chifres, parecendo cordeiro, mas falava como dragão. [...] Faz com que a terra e os seus habitantes adorem a primeira besta [...] Seduz os que habitam a terra”.
O dragão e o cordeiro são conhecidos e diferenciados pela sua fala. O mal na igreja não será identificado se olharmos para quantos membros ela possui, para o valor financeiro que ela arrecada, para os diplomas que seus líderes ou pastores têm pendurados na parede, para quão intelectual ou filosófico eles demonstrem ser ou para o tamanho do prédio da igreja. A igreja é reconhecida pelo que é ensinado do seu púlpito, pois dali jorrará vida ou morte. Lucas escreveu: “Ora, os de Bereia eram mais nobres que os homens de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim” (At 17.11).
Examine todos os dias as Escrituras para ver se o ensino do púlpito confere com a Bíblia. Os verdadeiros mestres não ficarão intimidados com isso, mas os falsos intelectuais sim, visto que alguém sabiamente disse: “A verdade quer ser testada...”. “MAIS CRISTO, MENOS INTELECTUALIDADE VAZIA.”


Fonte:Soli Deo Gloria http://sociedadepensadores.blogspot.com/2010/07/pastoral-parece-cordeiro-mas-fala-como.html

sábado, 17 de julho de 2010

ESCOLA BÍBLICA DE OBREIROS



PROGRAMAÇÃO 2ª ESCOLA BÍBLICA DE OBREIROS -ADJUF


DATA: 24 E 25 DE JUlHO 2010

LOCAL: ASSEMBLÉIA DE DEUS, AV. DOS ANDRADAS, 1125- MORRO DA GLÓRIA

ENTRADA FRANCA

PALESTRANTES:

PR. NELSON TAVRES JÚNIOR (MG)
PR. CIRO SANCHES ZIBORDI (RJ)
PR. HÉLIO ALVES DE OLIVEIRA (MG)
PR. ELIAS PEREIRA DA SILVA(MG)
PR. EZEQUIEL ARAÚJO ANDRADE (MG)

PROGRAMAÇÃO:

SÁBADO:

Manhã

Início - 8:00h – leitura Bíblica, louvor, oração.

Palestra 1 – 8:30h ás 10:15 – Pr. Ezequiel Araújo
Palestra 2 – 10:30h ás 12:00h – Pr. Hélio Alves
Almoço: 12:00h às 14:00h

Tarde
Início: 14:00h – leitura bíblica, louvor, oração.
Palestra 3 – 14: 20h às 15:50h Pr. Nelson T Júnior

Intervalo: lanche, descanso,banho,etc.

Noite

Início :19:15h –louvor, oração, leitura bíblica.
Palestra 4 – 19:30h ás 21:00h. Pr Ciro Sanches Zibordi

Encerramento: 21: 05.

Domingo

Manhã

Início: 9:00h – Oração, louvor, leitura bíblica
Síntese da EBD. 9:15h às 9:45h
Palestra 5 – 9:50h às 11:30h Pr. Ciro Sanches Zibordi
Almoço: 12:00h às 14:00h

Tarde

Início: 14:00h –Louvor, oração, leitura bíblica
Palestra 6 – 14:15h às 15:45h – Pr. Elias Pereira
Noite – Culto Evangelístico – Início: 19:00 h Pr. Ciro Sanches

TEMAS:

Batalhando pela fé cristã e conservando a palavra de Deus.
Batalhando pela fé cristã e mantendo a unidade da Igreja.
Batalhando pela fé cristã, usando os talentos dados por Deus.
Batalhando pela fé cristã, buscando um avivamento pleno.
Batalhando pela fé cristã, preparados para o arrebatamento da Igreja.
Batalhando pela fé cristã, liderando com eficácia.

O horários e palestrantes poderão ser mudados em virtude de força maior.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

O maior fracassado do mundo segundo a ótica dos teólogos da prosperidade

Para os teólogos da prosperidade o apóstolo Paulo pode ser considerado o mais fracassado ministério de todos os tempos.
Ele não foi rico, não possuiu grandes propriedades, não teve carros, cavalos e barcos, não morou em mansões, nem tampouco possuiu ouro, prata e riquezas. Para piorar a situação, o apóstolo aos gentios, recebeu dos judeus cinco quarentenas de açoites, foi açoitado com varas, apedrejado, sofreu três naufrágios, passou uma noite e um dia no abismo. Em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos com os patrícios, em perigos com os gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos, em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejum muitas vezes, em frio e nudez. Além disso ele foi preso algumas vezes, lançado em cárceres fétidos e mal cheirosos, tendo morrido na mais profunda miséria.
Para os defensores da teologia da prosperidade Paulo não estava na visão e por não possuir a unção de Deus morreu a mingua.
Pois é, pobre Paulo, miserável Paulo, não pode ser comparado aos apóstolos de hoje que são homens "ungidos" além de proprietários de jatinhos e mansões e milhões.
Pobre que nem Paulo, só um tal de Jesus de Nazaré.

Pense nisso,

Renato Vargens -http://renatovargens.blogspot.com/2010/06/o-maior-fracassado-do-mundo-segundo.html

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Diferenças entre Ministério,Vocação,Dom e Talento


Não saber o  significado desses vocábulos (ministério, vocação, dom e talento) e sua aplicação prática tem trazido muita confusão às pessoas – em especial ao povo de Deus. Assim, tentaremos responder a essa pergunta analisando as definições de cada termo e como ele se aplica à vida cristã.

Primeiro: Ministério, e algumas de suas definições.

1º) Cargo ou ofício de Ministro (Conselheiro; auxiliar; empregado)

2º) Desempenho de um serviço

3º) Exercício de um serviço religioso especial, como o dos levitas, sacerdotes, profetas e apóstolos.

Segundo: Vocação, e algumas de suas definições:

1º) Substantivo feminino; tendência

2º) Disposição; tendência predominante numa pessoa; atitude característica

3º) Inclinação; modo de pensar em relação a algo

Terceiro: Dom, e algumas de suas definições:

1º) Capacidade que o Espírito Santo concede aos servos de Deus para uso em favor dos outros

2º) Presente

3º) Oferta

E por último, Talento e algumas de suas definições:

1º) Uma habilidade especial de fazer algo

2º) Habilidade do inventar;

3º) Criar no pensamento; ser o primeiro a ter a idéia de;

Pois bem, sabendo isso, podemos agora analisar as diferenças existentes entre si.
No contexto bíblico, entende-se que Deus escolhe o homem para determinados fins. Ele, através de sua onisciência e onipotência, criou o homem com uma característica inigualável no aspecto da sua individualidade. Assim, quando imaginamos que para execução de um determinado serviço é necessário a utilização de vários instrumentos, podemos deduzir que para cada tipo de obra, Deus se utiliza dessa individualidade do homem. Então, pode-se concluir que todos nós nascemos com um TALENTO e através desse talento, descobrimos a nossa VOCAÇÃO. Quando essa vocação é voltada para a obra de Deus, recebemos o DOM de Deus que nos capacita para exercermos o MINISTÉRIO ao qual Deus tem nos chamado.


terça-feira, 6 de julho de 2010

A Natureza da Atividade Profética


Subsídio da lição 2 da revista de escola dominical da CPAD

 
TEXTO ÁUREO

“Havendo Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo filho” (Hb 1.1).

A parte inicial dessa perícope introduz as duas épocas na história quando Deus relacionava-se com o seu povo e falava em termos de ‘outrora’ (antigamente; noutro tempo) e estes ‘últimos dias’. Um prólogo que remete à mensagem principal: A vinda de Cristo estabeleceu a nossa época como os prometidos “últimos dias’ da salvação comunicados pelos profetas (Jr 23.20; Os 3.5; Mq 4.1). O falar de muitas maneiras inclui visões, sonhos e Símiles (Nm 12.6-8). Símiles eram figuras de linguagem que transmitiam mensagens divinas – Comparação que se faz entre duas coisas que se assemelham; Semelhança, analogia; Exemplo que se propõe; Parábola: 2Sm 12.1-4; Sl 78.2; Is 5.1-7; Ez 17.2-10. Entre as símiles pelas quais os profetas representaram a mensagem divina estava a vida do próprio Oséias e seu relacionamento com sua esposa prostituta Gomer, uma representação que descrevia o amor de Deus por Israel.

VERDADE PRÁTICA

A autêntica comunicação profética, nos tempos bíblicos, era feita por meio de palavras e de figuras, a fim de que o povo compreendesse claramente a mensagem divina.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Jeremias 1.4-6, 9-14

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

- Explicar as formas de comunicação divina aos profetas, e pelos profetas ao povo;

- Descrever a interpretação naturalista acerca dos profetas do Antigo Testamento, e

- Refutar a falácia dos naturalistas com argumentos bíblicos.

PALAVRA-CHAVE

C O M U N I C A Ç Ã O

- Informação; participação; aviso; Transmissão; Notícia; Passagem. Ligação; Convivência; Relações.

- Processo de emissão, transmissão e recepção de mensagens por meio de métodos ou sistemas convencionais.

COMENTÁRIO

(I. INTRODUÇÃO)

No período veterotestamentário, Deus escolheu entrar em um relacionamento íntimo inicialmente com um só homem, posteriormente com sua família e seus descendentes. Sua intenção não era criar uma religião judia, mas desejou uma relação de aliança com o seu povo e por esse motivo, a religião dos israelitas era totalmente diferente das nações vizinhas. YAHWEH cobrou um espírito quebrantado e contrito em vez de sacrifícios (Sl 51.17), justiça em lugar de dias festivos (AM 5.21-24), e em lugar de ofertas de carneiros e óleo Ele queria pessoas justas, bondosas e que andassem humildemente com Ele (Mq 6.8). A moral desse relacionamento é mostrar o tipo de vida que Ele requeria que seu povo vivesse mediante o poder do Seu Espírito (Rm 8.4). Para manter esse relacionamento, Deus usou ao lado dos Sacerdotes e levitas outro grupo de representação: os profetas. Estes vocacionados representavam Deus e falavam por Ele ao povo. Defendiam a todo custo os retos padrões requeridos por YAHWEH nesse relacionamento e chamavam o povo para Ele (Dt 13.4). Ralph Gower afirma que a pessoa se tornava profeta ao perceber que Deus estava falando com ela e precisava então transmitir a mensagem recebida, o que era feito conforme a personalidade única de cada profeta. (Usos e Costumes dos Tempos Bíblicos, Gower, Ralph, CPAD, p. 368). È sobre esta forma de comunicação entre um Deus amoroso com seu povo e como essa mensagem era transmitida que estudaremos hoje.

(II. DESENVOLVIMENTO)

I. AS FORMAS DE COMUNICAÇÃO DE DEUS AOS PROFETAS

1. “[...]Veio a mim a palavra do SENHOR” (v. 4). A maioria dos seguimentos cristãos acredita que somente Deus pode ver o futuro e muitas vezes é o desejo dEle revelar fatos futuros ao homem. Para isso, Deus usava e ainda usa homens que recebem as suas revelações e as transmite por forma oral ou escrita. Deus chamou Jeremias para o ministério profético de anunciar o julgamento divino contra Judá por causa da idolatria e durante 40 anos Jeremias exerceu seu ofício até o exílio babilônico e durante esse período, a Palavra do senhor veio a ele por repetidas vezes. A expressão ‘veio a mim a palavra do Senhor’, com freqüência, abre livros profético (Os 1.1; Jl 1.1; Mq 1.1), conseqüentemente, as palavras registradas de Jeremias, são palavras do Senhor. Deus, portanto, falava aos profetas, os quais, por sua vez, transmitiam sua palavra aos homens. De que maneira e por quais caminhos lhes chegava a palavra divina eles mesmos no-lo revelam em seus escritos. É importante saber que a mensagem profética jamais foi produzida pela mente ou perspicácia do profeta, pois este falava somente o que o Espírito Santo desejava que falasse. Isto, porém, não anulava a individualidade e personalidade do mesmo. Alguns ouviam a voz do Senhor, como por exemplo Oséias e Jeremias, enquanto outros como Amós, Ezequiel e Daniel, tinham visões. Os livros proféticos freqüentemente mencionam a atividade de Deus na transmissão da palavra profética, a saber:

“A mão do Senhor estava sobre o profeta” (Is 8.11; Ez 1.3; 3.14).

“O Espírito do Senhor caiu sobre o profeta” (Ez 11.5).

“A palavra do Senhor veio sobre o profeta” (Jl 1.1; Jn 1.1; Mq 1.1).

“O profeta tomava conselho com o Senhor; não raras vezes, via e ouvia a palavra profética” (Jr 23.18).

“Deus falou pelos profetas” (Hb 1.1).

“O Espírito de Cristo neles estava” (1 Pe 1.11).

Assim, descrevem-nos as visões com que foram favorecidos mediante uma ação sobrenatural, exercida quer sobre os sentidos exteriores, quer sobre a imaginação e as faculdades interiores. Não raras vezes era uma voz que lhes falava, de maneira semelhante, seja sensivelmente, seja mediante uma ação interior. Essa revelação podia suceder-se diretamente, como em Is 6, ou por meio de símiles. Outras vezes o oráculo era transmitido pela observação de um fato sensível, como em Jr 18. Na maioria das vezes, porém, havia uma iluminação direta da mente do profeta. São exemplos dessa forma de comunicação entre o Senhor e o seu mensageiro: o que aconteceu com Samuel quando foi ungir Davi (1Sm 16.6,7), e o que sucedeu ao profeta Isaías ao se encontrar com o rei Acaz (Is 7.3,4).

2. Revelação divina em forma de diálogo (vv 6,9,10). Semelhante à Moisés, Jeremias trava um diálogo com o Senhor alegando incapacidade e inexperiência e Deus então toca-lhe a boca. e diz-lhe: ‘Eis que ponho minhas palavras na tua boca’(v.9), sugerindo que Jeremias foi consagrado para falar as palavras de YAHWEH. A Palavra de Deus é uma força dinâmica e criativa que realiza os propósitos divinos (Is 55.10,11), Jeremias se tornou um porta-voz de Deus, que conferiu-lhe autoridade sobre nações e reinos (v. 10). A frase “assim diz o Senhor” era atestada de duas formas: (a). Através de palavras, com autoridade divina (2 Pe 1.21): Várias vezes os profetas punham seus oráculos em forma de parábolas ou alegorias, seguindo o estilo poético de sua época (Is 5.1-7; 2 Sm 12.1-7; Ez 16; 17); (b). Através de ações concretas ou atos simbólicos: Muitos profetas serviram-se de potentes recursos audiovisuais ao executarem atos simbólicos que encerravam a sua mensagem. O texto de 2 Reis 13.14s., ilustra eficazmente a relação exata em que o símbolo estava em relação à palavra, e em que ambos estavam em relação aos acontecimentos. A palavra corporificada no símbolo é extremamente eficaz e impossível que deixe de ser cumprida; realizará exatamente aquilo que o símbolo declarava.

3. Visão ou sonho. Duas outras principais formas de Deus comunicar sua mensagem ao profeta são visões e sonhos. A Bíblia de Estudo Pentecostal comenta o texto de Dn 7.1 assim: “As palavras ‘sonhos’ e ‘visão’, às vezes, têm emprego revezável na Bíblia. Daniel interpretou sonhos proféticos de outros; Deus também deu ao próprio Daniel sonhos e visões maravilhosos. [...] Sonhos proféticos e visões são também manifestações características do povo de Deus nos últimos dias, quando o ministério do espírito Santo manifesta-se plenamente entre os crentes” (Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD,nota Dn 7.1, p. 1256). A comunicação da mensagem divina através das visões que o profeta Jeremias teve é um exemplo que ilustra essa forma de o Eterno transmitir seus oráculos:

a) A visão da vara de amendoeira (vv. 11, 12). “Ainda veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Que é que vês, Jeremias? E eu disse: Vejo uma vara de amendoeira. E disse-me o SENHOR: Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para cumpri-la.” (Jr 1.11,12). Nesse texto ocorre um trocadilho com as palavras ‘amendoeira’ e ‘Vigilante’ em hebraico são muito paracecidos; a Bíblia de Jerusalém assim comenta essa perícope: “o termo sheqed (amendoeira), que aguarda a primavera para florescer em primeiro lugar, evoca o vigilante (shôqed), o Deus sempre alerta”. (Bíblia de Jerusalém, Paulus 2002, p. 1362). Dessa forma, esta visão deixa subentender que a palavra do Senhor através de Jeremias cumprir-se-ia rapidamente (Jr 31.28; 44.27).

b) A visão da panela fervendo (vv. 13-15). Já a segunda visão dada pelo Senhor a Jeremias veio algum tempo depois e mostra uma panela fervendo, virada do norte derramando-se sobre Judá, representando a Babilônia trazendo forte juízo de Deus contra o povo de Jeremias. Uma invasão maciça viria do norte como paga pelo abandono ao seu Deus e pelos sacrifícios oferecidos aos falsos deuses e pelo louvor às obras das suas próprias mãos (v. 16).
A comunicação entre Deus e os profetas dava-se por mensagem ou diálogo direto, sonhos e visões. Sinopse do Tópico (1)

II. AS FORMAS DE TRANSMISSÃO DA MENSAGEM DOS PROFETAS AO POVO

1. Declaração oral e direta. Há Três Classes de Profetas - Orais, da Escrita e Cúltica, conforme a maneira pela qual transmitiam os oráculos divinos. Profetas Orais: Gade (1 Sm 22.5); Natã (2 Sm 12.1); Ido (2 Cr 9.29); Aías (1 Rs 11.29); Semaías (1 Rs 12.22); Elias (1 Rs 17.1); Azarias (2 Cr 15.1); Eliseu (2 Rs 4.8,9). Profetas da Escrita: São aqueles que se preocuparam em registrar por escrito suas exortações, admoestações, consolações e previsões futuras. Os profetas da Escrita eram também profetas Orais. Destacamos como profetas da Escrita: Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel, entre outros. Profetas cúlticos: Os profetas cúlticos são aqueles em que a profecia estava moldada numa forma litúrgica. O texto de 2 Crônicas 20 pressupõe que os profetas cúlticos estavam ligados ao santuário, trabalhando juntamente com o sacerdote, e estavam incumbidos do aspecto sacrifical da adoração (2 Cr 29.21-24). Jaaziel era um levita, oficial do culto, dotado de uma capacidade profética (2 Cr 20.14). Percebe-se em alguns Salmos, uma indicação desse mesmo fenômeno (Sl 60.6; 75; 82). Em todos esses Salmos há uma seção em que uma voz fala na primeira pessoa do singular: trata-se da resposta oracular – o profeta associado com o culto, apresentando a declaração contemporânea de Deus ao seu povo. Esse organismo profético-litúrgico, foi instituído pela vontade de Deus, através do profeta Gade (2 Cr 29.25), quando instituiu as corporações dos cantores no Templo. [http://teologiaegraca.blogspot.com/2010/07/profetismo-e-profetas-biblicos.html]

2. Figuras e símbolos. Outras formas de os arautos proclamarem a mensagem profética são as figuras e símbolos. Representam cada uma delas realidades correspondentes. Costuma ser tão palpável a natureza figurativa e simbólica, que uma interpretação ao pé da letra quase se faz desnecessária (veja Jo 6.51-65). O símbolo é uma espécie de tipo pelo qual se representa alguma coisa ou fato por meio de outra coisa ou fato familiar que se considera a propósito para servir de semelhança ou representação (o leão é considerado o rei dos animais do bosque; assim é que achamos na Escrituras a majestade real simbolizada pelo leão – Hermenêutica, E. Lund, P. C. Nelson, Vida, p. 81).

3. Casos reais que servem de representação para comunicar a mensagem. Uma forma rara de comunicação da mensagem divina é a que envolve casos reais, utilizados para exemplificar a situação entre Deus e o povo. Muitos profetas serviram-se de atos simbólicos (também chamados de oráculos por ação) que encerravam a sua mensagem. Por exemplo: Isaías andou três anos descalço e nu por sinal e prodígio sobre a Etiópia (Is 20.3); Jeremias é recomendado a descer à casa do oleiro (Jr 18) a fim de receber a mensagem de Deus; Oseias é orientado para casar-se com uma mulher prostituta (Os 1.2), para que sua vida fosse uma viva pregação da infidelidade do povo e do amor do Senhor; Ezequiel cercou uma cidade em miniatura (Ez 4.1-3); escavou através do muro da casa (Ez 21.1), e Aías ao rasgar sua roupa em doze pedaços, e entregar dez a Jeroboão (1 Rs 11.29).
A comunicação entre Deus e o povo por meio dos profetas ocorria mediante a mensagem oral e direta, figuras e símbolos proféticos e casos reais ou oráculos por ação. Sinopse do Tópico (2)

III. A QUESTÃO EXTÁTICA DO PROFETA

1. Interpretação naturalista. Grupos Extáticos - estes profetas andavam livremente por Judá e vizinhança, eram músicos que buscavam no êxtase um estado de transe para assim proferirem suas mensagens. Observa-se nesta categoria a presença de Saul (1 Sm 10. 5), e dos profetas de Baal (1Rs 18.19-40). À luz de 1Sm 9.9, parecem ter sido grupos religiosos patriotas de moços, aos quais Samuel procurava transformar numa força religiosa-moral, em relação às tribos, que eram ameaçadas pelas práticas religiosas de outros povos, como os filisteus(Jz 2.16,17; 10.11). Em Números 11.26-32, quando Eldade e Medade foram tomados pelo Espírito de Deus e entraram em êxtase, relata-se que Josué os criticou. Moisés, no entanto, respondeu: “... eu gostaria que o Deus Eterno desse o seu Espírito a todo o seu povo e fizesse que todos fossem profetas!” (Nm 11.29b). Em outras ocasiões, no entanto, estes “profetas malucos” (Oséias) causavam repulsa. Em 1Sm 10.6 percebemos que havia por parte dos hebreus, um certo menosprezo a este grupo. Isto porque o povo os considerava malucos, por sua maneira exótica de se comportarem. A Bíblia de Jerusalém diz: “Então o Espírito de Iahweh virá sobre ti, e entrarás em delírio com eles e te transformará em outro homem” (1 Sm 10.6). Do exposto, concluo, sem medo de errar, que haviam profetas verdadeiros que profetizavam de forma extática; A única diferença entre Saul e os profetas extáticos, que comumente chegavam ao transe através de uma série de estímulos, é que Saul “entrou em transe” por uma ação direta do Espírito Santo. Ele não precisou dos subterfúgios dos extáticos para se “transformar (temporariamente) em outro homem”. Deus assim o quis e Saul entrou em êxtase. Os Intérpretes Naturalistas entendem que o fenômeno do êxtase era apenas um estado emocional da pessoa.



2. Falácia dos naturalistas. A interpretação naturalista é uma teoria metafísica que defende que todos os fenômenos podem ser explicados mecanicamente em termos de causas e leis naturais. O naturalismo opõe-se ao sobrenaturalismo, teoria metafísica teológica. O naturalismo é muitas vezes confundindo com ateísmo, materialismo, positivismo, empirismo, determinismo e cientismo. A interpretação naturalista é antibíblica, porque as Escrituras Sagradas declaram que a fonte dos oráculos proféticos é o próprio Deus (Os 12.10; 2Pe 1.21).



3. A base dos naturalistas e uma refutação. Os profetas falavam movidos pelo Espírito Santo (2Pe 1.21). Literalmente, a palavra “movido” significa “carregado” e designa a ação divina no processo da inspiração profética. A mensagem profética jamais foi produzida pela mente ou perspicácia do profeta, pois este falava somente o que o Espírito Santo desejava que falasse. Isto, porém, não anulava a individualidade e personalidade do mesmo, como afirma a teoria do ditado mecânico; antes, porém, privava-o de erros. A forma pela qual recebia a mensagem nem sempre está relatada. Alguns ouviam a voz do Senhor, como por exemplo, Oseias e Jeremias, enquanto outros como Amós, Ezequiel e Daniel, tinham visões. O Dicionário Vine afirma: “[...] Às vezes, sobretudo com os profetas primitivos, parece que algum tipo de experiência extática estava envolvido, como em 1Sm 10.6,11; 19.20. Está escrito que a musica é meio para profetizar, como em 1Cr 25.1-3. [...] O ponto é que no contexto bíblico ‘profetizar’ se refere a algo desde o êxtase frenético de um falso profeta até a proclamação sóbria e imperturbável do julgamento de Deus por um Amós ou Isaías. (Dicionário Vine, 1ª edição, 2002, CPAD, p. 248).

O naturalismo considera o estado de êxtase dos profetas, no entanto, negam a origem divina de seus oráculos. Sinopse do Tópico (3)
(III. CONCLUSÃO)

O nosso Deus é um Deus que anseia por relacionar-se com sua criatura. Essa comunicação no Éden era face a face. Pós-queda, Deus utilizou-se de pessoas escolhidas para ser esse canal. A pessoa se tornava profeta ao perceber que Deus estava falando com ela e precisava então transmitir a mensagem recebida, o que era feito conforme a personalidade única de cada profeta. O Senhor usou várias formas para se comunicar com os profetas, e esses, lançaram mão de recursos variados para transmitir os oráculos divinos ao povo, de modo que a mensagem se tornasse compreensível. “Havendo Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo filho” (Hb 1.1).É fundamental meditar nos Evangelhos, é por meio dele que o Filho se comunica conosco hoje.

APLICAÇÃO PESSOAL

O homem é essencialmente um ser que se comunica. O ser humano sempre conviveu com a comunicação. O mundo foi criado pela Palavra. Quando veio ao mundo para um encontro definitivo, Ele foi chamado de Verbo (ou Palavra). Não existe sociedade sem comunicação. Não existe sequer a pessoa sem comunicação. Nós somos porque nos comunicamos. Esta é uma marca do ser humano. Os quatro elementos essenciais da comunicação são o emissor, o receptor, o meio e a mensagem. É a interação deles que constitui a comunicação. Os seres humanos estão sempre em busca de um receptor para lhe dizer algo através de algum meio. Podemos mudar os recursos tecnológicos, mas o modelo permanecerá o mesmo. Deus se comunica. Ele não é um ser inalcançável e silencioso, não se fechou em si mesmo, surdo, mudo, e inacessível. É da Sua natureza falar, relacionar-se, comunicar-se, apresentar-se. Deus se expressa através da criação – Sl 19.1-4; Rm 1.19,20; através dos sonhos – Gn 41.1-4; Mt 27.19; através dos anjos – Gn 18.1-3; 19.15,16; At 10.1-4; através dos profetas – Jd 14; At 3.18; Mt 23.37. Através de Cristo – Jo 1.1,2,14; Cl 1.15; Hb 1.1; Através da Palavra – Sl 19.7-11; Ex 34.27,28; 2Tm 3.16; Através da sarça ardente falou com Moisés – Ex 3.1-5; Através da voz suave falou com Elias – 1Re 19.12,13; Através do redemoinho falou com Jó – Jó 38.1. Apesar desse anseio divino em comunicar-se com o homem, há empecilhos e dificuldades: O pecado – Is 59.2; Mt 13.13-15; Rm 3.10,11; A indiferença – Is 29.13; Dt 30.17-20; Os ruídos – 1Co 14.10,11; 2Tm 2.16-18. Se dermos ouvidos ao Senhor, essa comunicação produzirá efeitos duradouros: Temor – Hc 3.2; Dt 4.10; Hb 4.1,2; Conhecimento – Jó 42.1-5; Os 6.3; 1Co 2.9-12; Comunhão – Gn 5.24 c/c Am 3.2; 1Jo 1.1-3. Ele, o Senhor, mantém a comunicação mesmo sem palavras – 1Sm 1.12,13; Rm 8.26; nas circunstâncias adversas – Dn 6.10,11,16,20-22, e nos momentos de maior solidão - Mt 26.38-46. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz ás Igrejas!

N’Ele, para que a prova da nossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória, na revelação de Jesus Cristo (1Pe 1.7),

Autor: Francisco A Barbosa

BIBLIOGRAFIA PESQUISADA
- Dicionário Vine, 1ª edição, 2002, CPAD, p. 248;
- Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD,nota Dn 7.1, p. 1256;
- Bíblia de Estudo Plenitude, SBB;
- Bíblia de Jerusalém, Paulus 2002, p. 1362
- Bíblia de Estudo de Dake, CPAD;
- Hermenêutica, E. Lund, P. C. Nelson, Vida, p. 81
- http://teologiaegraca.blogspot.com
- http://www.slideshare.net/gotchalk/profetismo;
- Imagem: (Ana e Simeão no Templo_Rembrant).



sexta-feira, 2 de julho de 2010

A letra mata e a teologia enterra. Será?

Por Renato Vargens


Volta e meia eu ouço da boca de algumas pessoas que o crente não deve se preocupar em conhecer ou estudar teologia, mesmo porque, segundo estes a letra mata. Para os que defendem este tipo de pensamento, o estudo sistemático da Bíblia e de suas doutrinas contribuem para a extinção do fogo do Espírito Santo na vida da igreja.
Ora, lamentavelmente essa famosa expressão paulina tem sido equivocadamente utilizada pelos combatedores da teologia. Como comumente acontece no aparecimento de desvios teológicos , usa-se um texto fora do contexto, para justificar distorcidas práticas doutrinárias. Infelizmente a expressão em questão, tirada da segunda epístola de Paulo aos Coríntios, tem sido usada por algumas pessoas que argumentam que não devemos seguir o que está escrito na Bíblia e sim as "revelações" do Espírito de Deus.
"E é por Cristo que temos tal confiança em Deus; não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus, o qual também nos capacitou para sermos ministros dum novo pacto, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica. Ora, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam fixar os olhos no rosto de Moisés, por causa da glória do seu rosto, a qual se estava desvanecendo, como não será de maior glória o ministério do espírito?" 2 Co 3:6-8
Caro leitor, ao escrever este texto, Paulo estava falando sobre a superioridade da nova aliança sobre a antiga. A morte causada pela letra realmente é espiritual, porém, é bom salientar que se trata de uma alusão ao código escrito da lei mosaica. A lei mata porque demanda obediência irrestrita, mas não proporciona poder para isso. É representada pelas tábuas de pedra (3.3). Por outro lado, o espírito vivifica porque escreve a lei de Deus em nossos corações, trazendo-nos a vida em medida muito maior do que realizava sob a antiga aliança. É representado pelas tábuas da carne (3.3). Portanto, como podemos ver, o texto ão fundamenta, em qualquer instância, a rejeição de se estudar teologia.
Pois é, um dos problemas mais graves da igreja é a ignorância.
Que Deus tenha misericórdia de sua Grei!
Pense nisso!