Vivemos dias terríveis, dias que jamais imaginei contemplar. Não digo isso apenas por causa da maldade que prolifera exponencialmente na vida daqueles que abertamente vivem longe de Cristo. Infelizmente, até nos acostumamos a ouvir histórias cruéis como de filhos que matam seus pais, pais que jogam seus filhos pela janela, mães que abandonam recém-nascidos no lixo, goleiros suspeitos de assassinar namoradas, padres pedófilos, políticos corruptos, etc.
Entretanto, a assustadora maldade, que outrora ficava à espreita em lugares escusos, mudou ousadamente sua abordagem. O mal deixou suas trincheiras para caminhar em plena luz do dia e, vorazmente, avançar sobre todos. A perversidade, o engano, os desvios de conduta como homossexualismo, homicídios, idolatrias, imoralidades, adultérios, divórcios, mentiras e ensinos enganosos, coisas tão comuns na vida daqueles que se perdem sem Cristo, deixaram de ser algo “exclusivo” deles!
O mal é sagaz, perseverante e astuto como uma serpente. Ele abandonou sua real aparência (2 Co 11.14), banhou-se e adentrou as melhores universidades, conquistou títulos e diversos doutorados, dominou com fluência muitos idiomas, visitou inúmeros países e, quando estava pronto, deu seu mais cruel golpe: colocou sua melhor roupa e assumiu o púlpito de muitas igrejas. Na forma de um intelectual poderoso, o mal descobriu que para matar a presa, nem sempre é necessário dilacerá-las ferozmente. Não! Ele as mata por dentro, aos poucos, pelo coração. Como? É simples. Com palavras bonitas e poder de persuasão, ensina mentiras, oferecendo, sistematicamente, porções doces de intelectualidade vazia e filosofias meramente humanas.
Já ouvi de púlpitos brasileiros lições que ensinaram que Abraão foi um “banana” por entregar seu filho Isaque em sacrifício sem lutar com Deus; que sexo fora do casamento é lícito, desde que seja feito com respeito e fidelidade; que os crentes precisam “se libertar de Jesus”, deixando de ser tão dependentes dele; e que o relacionamento amoroso entre crente e incrédulo não é pecado, mas apenas falta de sabedoria.
Esses argumentos trocam a verdade das Escrituras por uma intelectualidade vazia, porém diplomada, a qual é ovacionada por crentes rasos e falsos irmãos. Nada há de errado em ser intelectual. Errado é colocar a mente humana acima das Escrituras, desprezando o que nos é ensinado, como: “Confia no Senhor de todo o teu coração e não te apoies no teu próprio entendimento” (Pv 3.5).
Essa realidade, que me causa tanta tristeza, não deveria ser motivo de espanto. Deus nos alertou de que o mal entraria na igreja e não pouparia o rebanho e que viriam tempos em que os líderes falariam coisas pervertidas. O apóstolo disse: “Eu sei que, depois da minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes, que não pouparão o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens falando coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles” (At 20.29-30).
Portanto, não devemos julgar um pregador, mestre, intelectual pela sua aparência ou oratória. Se fizermos assim, certamente incorreremos no erro. Julguem os irmãos e os falsos irmãos à luz do que eles ensinam e não à luz do resultado que eles transitoriamente alcançam. Em Apocalipse, João nos diz que o falso profeta, aquele que por seus prodígios e discursos irá seduzir milhares de pessoas, levando-as a adorar o anticristo, tem uma característica muito semelhante à de muitos pastores e intelectuais da atualidade. Apocalipse 13.11-14 diz: “Vi ainda outra besta emergir da terra; possuía dois chifres, parecendo cordeiro, mas falava como dragão. [...] Faz com que a terra e os seus habitantes adorem a primeira besta [...] Seduz os que habitam a terra”.
O dragão e o cordeiro são conhecidos e diferenciados pela sua fala. O mal na igreja não será identificado se olharmos para quantos membros ela possui, para o valor financeiro que ela arrecada, para os diplomas que seus líderes ou pastores têm pendurados na parede, para quão intelectual ou filosófico eles demonstrem ser ou para o tamanho do prédio da igreja. A igreja é reconhecida pelo que é ensinado do seu púlpito, pois dali jorrará vida ou morte. Lucas escreveu: “Ora, os de Bereia eram mais nobres que os homens de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim” (At 17.11).
Examine todos os dias as Escrituras para ver se o ensino do púlpito confere com a Bíblia. Os verdadeiros mestres não ficarão intimidados com isso, mas os falsos intelectuais sim, visto que alguém sabiamente disse: “A verdade quer ser testada...”. “MAIS CRISTO, MENOS INTELECTUALIDADE VAZIA.”
Fonte:Soli Deo Gloria http://sociedadepensadores.blogspot.com/2010/07/pastoral-parece-cordeiro-mas-fala-como.html
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