“O perverso, na sua soberba, não investiga; que não há Deus são todas as suas cogitações” Salmo10.4
Após ouvir as últimas pérolas do comentarista esportivo Juca Kfouri alfinetando, pela milionésima vez, sua fé em Jesus Cristo, Kaká resolveu se pronunciar.
A indignação de Kaká tem razão de ser. Não é a primeira vez que o jornalista perde tempo precioso na mídia para atacar a fé que jogadores de futebol depositam em Jesus. Em um dos programas do Jô Soares, inclusive, ambos se divertem às custas da fé dos atletas e do seu agradecimento a Jesus Cristo.
São várias as acusações. “Os jogadores colocam Jesus Cristo onde ele não tem que estar”. “Existem lugares apropriados e definidos para se manifestar a crença em Jesus”. “Tá ficando chato toda hora ver jogador levantando a mão pro céu agradecendo a Jesus pelo belo gol ou pela brilhante defesa”. “Essa manifestação dos jogadores é uma forma de tenta enfiar a fé cristã pela minha goela abaixo”. “Agradecer a Jesus durante a partida de futebol é merchandising religioso”.
O que é mais paradoxal no discurso de Juca Kfouri é a energia que ele despende para criticar e censurar algo que ele mesmo acredita não existir. É intrigante como a fé de Kaká incomoda tanto a razão de Juca Kfouri.
Há tanta mazela no mundo em que vivemos para ser denunciada, existe tanta atitude repugnante e suja nos bastidores e nas emissoras de TV para ser delatada, há tantos vícios, orgias e outras promiscuidades no mundo do futebol para serem criticadas, que a escolha da fé em Jesus Cristo para ser alvo de ataque na mídia chega a ser grotesca. É por essas e outras que gosto de dizer que Juca Kfouri, antes de ser um ateu, é um à toa.
Sim, Juca Kfouri é um ateu à toa. À toa não apenas no sentido de alguém que não tem ocupação ou não tem o que fazer, mas principalmente no sentido de alguém que não tem razão. Juca Kfouri condena a fé de Kaká à toa – sem qualquer razão ou justificativa – e à toa – porque sua postura demonstra que não deve ter nada mais importante para fazer ou pensar.
Isso mesmo: Juca usa sua razão para embasar seu ateísmo, e usa seu ateísmo para acusar sem razão. É um arrogante intelectual que confunde laicidade de Estado com intolerância à fé, desconhecendo até mesmo que o direito que hoje ele possui de não acreditar ou professar fé alguma tem lastro na própria liberdade de convicção religiosa, conquistada pelo sanque de mártires do passado. Assim, se ele condena a liberdade de manifestação de crença, ele está condenando a livre manifestação do seu próprio ateísmo.
E não é só. Vejam que contrassenso: Juca critica e debocha de Kaká por manifestar sua fé através do seu trabalho (futebol), enquanto o próprio Juca faz uso do seu trabalho (jornalismo) para manifestar sua falta de fé e criticar a manifestação das demais. Juca acusa Kaká de colocar Jesus Cristo em lugares inapropriados, onde Ele não está. Ora, fico me perguntando se Kaká também não poderia acusar Juca de manifestar sua falta de fé em lugares inadequados?
O ateu à toa faz uso da liberdade de imprensa para censurar a manifestação da liberdade de religião. Agora, eu te pergunto: o que é mais racional? O que deve prevalecer? A permissão ao agradecimento de um religioso a Deus de acordo com sua crença ou a proibição às manifestações de fé com base na intolerância e no desconforto de um descrente?
Imagino que grande parte do desconforto de Juca Kfouri se deve à revolta interna que ele sente ao perceber que a razão que motiva sua descrença não tem resposta para a maioria de suas inquietações. E, muito menos, para explicar a fé e a confiança que as pessoas – sejam elas alfabetizadas e bem informadas como Kaká ou não – têm em Jesus Cristo.
A razão acusadora do ateu à toa não lhe fornece subsídios para entender o que faz com que um homem que diz ter ressuscitado há mais de dois mil anos atrás rompa as barreiras da história, do tempo, do espaço e da evolução científica para influenciar e transformar vidas de pessoas sedentas em pleno século XXI.
O mesmo Jesus que Juca faz questão de negar disse certa vez que a boca fala do que o coração está cheio. Assim fica mais fácil entender o porquê de tantos ataques à fé cristã. É simples: o coração do Juca está cheio de ódio às pessoas que atribuem seus méritos e conquistas a Jesus Cristo.
Ver um jogador de futebol levantando as mãos pro céu após o gol causa náuseas ao ateu à toa, talvez porque ele próprio não tenha pra onde levantar as próprias mãos quando algo de bom lhe acontece. Ouvir um goleiro agradecendo a Jesus Cristo pela defesa realizada deixa o ateu à toa com ânsia de vômito, muito provavelmente porque ele não sabe – e não tem – a quem agradecer por uma conquista. Testemunhar o clamor e a gratidão de uma mãe desesperada pelo consolo que Deus lhe proporcionou quando perdeu seu filho num acidente soa como ignorância para o ateu à toa, porque ele simplesmente não tem a quem recorrer quando a razão não apresenta explicação para as perguntas sem resposta que a vida lhe impõe.
Enquanto isso, Juca Kfouri continua desprezando a alegria infinita que Deus pode e quer oferecer aos homens, como um prisioneiro dentro de uma caverna que, acorrentado à escuridão de sua própria razão, só consegue enxergar através de uma única fresta de luz exterior, julgando ser real aquilo que é apenas uma sombra da verdadeira realidade.
O Deus vivo não é um fenômeno que pode ser explicado ou comprovado por experimentos de laboratório. Deus deve ser sentido pelo coração, e não provado pela razão. Até porque a ciência jamais poderá explicar um Deus que, mesmo sendo todo-Amor, consola com a dor, cura com a ferida, apaga o passado com fogo, fala nos momentos de silêncio e dá a paz com o conflito interior.
Aliás, muitas das presunções dos que se dizem racionalistas e ateus devem ser repensadas sob a lógica das hipóteses que eles mesmos aceitam como verdadeiras. Como diz C. S. Lewis, “se o sistema solar foi criado por uma colisão estelar acidental, então o aparecimento da vida orgânica neste planeta foi também um acidente, e toda a evolução do Homem foi um acidente também. Se é assim, então todos nossos pensamentos atuais são meros acidentes – o subproduto acidental de um movimento de átomos. [...] Mas se os pensamentos deles são meros subprodutos acidentais, por que devemos considerá-los verdadeiros? Não vejo razão para acreditarmos que um acidente deva ser capaz de me proporcionar o entendimento sobre todos os outros acidentes. É como esperar que a forma acidental tomada pelo leite esparramado pelo chão, quando você deixa cair a jarra, pudesse explicar como a jarra foi feita e porque ela caiu”.
Por isso, entre ser escravo de uma razão que nunca vai me libertar e ser amigo e servo de um Deus que me faz livre, fico com a liberdade. Entre ser dependente de uma intelectualidade que me torna cada vez mais arrogante e ser dependente de um Deus que me faz humilde, prefiro a humildade. Entre as presepadas passageiras faladas por Juca Kfouri e as palavras de vida eterna e paz deixadas por Jesus, fico com as de Jesus. Em vez de dar crédito a um ateu que não acredita em Deus, prefiro dar crédito a um Deus que não acredita em ateus. Prefiro ter fé em um Deus que não acredita em “Jucas Kfouris”.
A diferença entre o ateu à toa e Kaká? Para o primeiro, nada na vida é um milagre. Para Kaká, tudo na vida é um milagre. Parafraseando Benjamin Franklin, Kaká acredita no cristianismo da mesma forma que acredita que o sol nasce todo dia. Não apenas porque o vê, mas porque através dele Kaká vê tudo ao seu redor.
E, da minha parte, faço como Kaká: agradeço este texto a Jesus Cristo, porque, sem Ele, eu não posso fazer nada!
Fernando Khoury - extraído do blog Genizah- Apologética com humor-http://www.genizahvirtual.com/
Deus abençõe o Fernado Khoury pelo belo texto em que Deus é engradecido e exalatado como o Deus Vivo e Verdadeiro
ResponderExcluirChega a ser meio cômico.
ResponderExcluirPor conta de ter manifestado sua opinião de que campo de futebol não é local para manifestação religiosa, o jornalista foi julgado como alguém que está cheio de ódio no coração, que é um a toa etc, etc, etc...
o cômico é que todos esses julgamentos e repúdio vêm de uma pessoa que se diz supostamente seguidora de Jesus Cristo, que teria supostamente ensinado a virar a face e não atirar pedras.
Paradoxalmente, como você mesmo mencionou, existem tantas mazelas no mundo a serem denunciadas... E você está perdendo seu tempo com um "à toa"?
Percebe que cada um tem uma causa?
O jornalista tem a causa de defender o laicismo e perde o tempo dele com isso.
Você tem a causa de defender a manifestação religiosa (mesmo que em momentos meio em contraditórios), e perde seu tempo com isso.
Eu nesse exato momento posso estar perdendo meu tempo...
E pelo que estou perdendo?
Simples:
Veja o quanto é contraditória a manifestação religiosa em um JOGO de futebol.
Imagine que o atacante que fez o gol é um severo devoto do Senhor Jesus Cristo. Agora imagine que o goleiro que tomou o gol, também é. O fato de o gol ter acontecido, significa que o atacante tem mais fé que o goleiro e que Jesus resolveu atender as preces do atacante e não a do goleiro? Jesus ama mais o atacante do que o goleiro? O gol foi um milagre? Por que não deveria ter sido a defesa o milagre?
É UM JOGO.
Como se pode misturar Deus, Jesus, a jogos e achar isso normal alguém que é religioso? E pior, ainda defender...
Você, como religioso, não deveria querer o mesmo que o jornalista? Que jogadores parem de fazer manifestações religiosas em JOGOS?
o bacana vai comemorar o gol e mostra uma camise escrita JESUS. E o goleiro, será que não está vestido com uma camisa escrita JESUS por baixo da camisa dele também?
Agora, imagine se começassem a aparecer jogadores com camisas escritas "Diga não a Jesus" (é uma expressão da liberdade religiosa). Ou, "Maomé o verdadeiro e profeta".
Ou, "Abraão, o verdadeiro caminho para a salvação".
Tem religiões que têm essas convicções.
Você seria tão "tolerante" à manifestações religiosas?
E se aparecesse um jogador, com uma camisa escrita:
Satan rulez this world (Satanas controla esse mundo)?
VOCÊ senhor Cleber (curiosidade, meu nome também é Cleber), seria tão a favor da pluralidade religiosa?
Mas, a verdadeira pergunta é: Quando o jogador faz a demonstração de sua fé em um campo de futebol pela vitória alcançada, isso significa que ele tem mais fé do que o derrotado?
Por fim senhor Cleber, gostaria que o senhor entendesse uma coisa importante.
O futebol, já conseguiu entre outras façanhas parar uma guerra. Sim, uma vez em 1969, o Santos de Pelé, em uma excursão à Africa, fez com que a guerra cívil no Congo encontrasse um cessar fogo para que todos pudessem ver o Rei do Futebol.
O futebol tem sido usado na África e em outros países como instrumento de pacificação, de união, de coesão nacional.
E a religião?
Há uma frase que diz.
Crenças dividem as pessoas, Dúvidas as unem. (Peter Usinov).
Considerando o axioma como verdadeiro e fazendo a analogia ao futebol, percebo que as religiões mais trouxeram guerras (dividem as pessoas) do que paz (unindo-as).
trazer a religião pra dentro do futebol, pode fazer com que um possível instrumento de coesão, se torne um instrumento religioso para aquilo em que ela mais conseguiu fazer até hoje: desunir as pessoas.
Existem diversos países africanos, que a única coisa que une um povo, é uma camisa da seleção local. Se os jogadores resolverem professar uma determinada fé, pode ser que outra etnia deixe de gostar daquela seleção, único instrumento de coesão...
Bem, de toda forma, boa sorte na sua cruzada contra aqueles que o senhor julgue que são "atoas" ou qualquer outra sorte de denominação que queira dar àqueles que simplesmente não têm fé religiosa. Só pra lembrá-lo, quem é o senhor pra julgar?