terça-feira, 21 de setembro de 2010

Neemias, um político que restaurou uma nação


Rev. Hernandes Dias Lopes

Estamos nos aproximando de mais uma eleição em nossa nação. Nesse tempo, as promessas são muitas, os valores morais são poucos e os riscos são enormes. Precisamos de políticos que tenham vocação, preparo e ética. O papel do poder civil é promover o bem e coibir o mal. Não podemos concordar com esquemas de corrupção nem com roubalheira. Não podemos aplaudir aqueles que se abastecem do poder em vez de instrumentalizar o poder para servir ao povo. Não podemos apoiar aqueles que defendem leis contrárias aos princípios de Deus, pois governar contra Deus é laborar em erro e atrair sobre a nação o juízo dos céus. Hoje quero falar sobre um político que fez diferença em sua nação. Na verdade, ele restaurou sua nação. Esse homem é Neemias. Vamos destacar, aqui, algumas verdades a seu respeito.

1. Neemias foi um político que se envolveu com os dramas do seu povo. Ele teve coragem de fazer perguntas acerca dos dramas vividos pelo seu povo e de identificar-se com sua gente. Ao saber que a cidade dos seus pais estava com seus muros derrubados e suas portas queimadas a fogo, pôs-se a chorar. A dor do seu povo era a sua dor. Mas, Neemias foi além. Ele sentiu e agiu. Ele orou e jejuou. Ele buscou a ajuda do céu e do rei para resolver o problema que atingia sua nação. Precisamos de políticos que amem a Deus e ao povo; líderes que se aflijam com o que aflige o povo. Os muros quebrados falavam de insegurança pública e as portas queimadas da falta de justiça nos tribunais. Esses ainda são os problemas que mais nos afligem. Enquanto recrudesce a violência, escasseia a justiça. Sentimo-nos inseguros e órfãos de justiça. Precisamos de políticos que tenham compromisso com Deus e com os homens, de líderes que tenham sentimentos profundos e ações concretas.

2. Neemias foi um político que não se rendeu à sedução do lucro nem às ameaças dos inimigos. Não há vida pública sem lutas internas e externas, sem pressão de um lado e sedução do outro. Multiplicaram-se os inimigos para tentar paralisar a obra que Neemias estava fazendo. A reconstrução da cidade de Jerusalém não interessava aos inimigos dos judeus nem à classe rica, que se utilizava do ambiente de miséria para explorar ainda mais os pobres. Neemias não aceitou parceria dos inimigos nem se intimidou com suas ameaças. Neemias confrontou com ousadia os inimigos de fora e os usurários de dentro. Precisamos de políticos que não se acovardem; que não vendam sua consciência nem calem sua voz diante das seduções do lucro ou da ameaça dos inimigos.

3. Neemias foi um político que motivou e mobilizou o povo para o trabalho. A cidade de Jerusalém já estava a mais de cem anos debaixo de escombros. Reinava a pobreza interna e a zombaria externa. Neemias diagnostica o problema, incentiva o povo, põe a mão na obra e nomeia cada pessoa para o lugar certo, para fazer a obra certa e com a motivação certa. O resultado foi que, mesmo diante dos percalços da obra, em cinqüenta e dois dias, os muros foram reconstruídos, as portas levantadas e a nação restaurada. Precisamos de políticos que conheçam a Deus, amem o povo e façam a obra; políticos que vivam na presença de Deus e estejam junto com o povo na reconstrução da nação.


Fonte:http://hernandesdiaslopes.com.br/2010/09/neemias-um-politico-que-restaurou-uma-nacao/

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

A igreja de Antioquia

A Igreja tem sido o instrumento de Deus para a propagação mundial do evangelho. Tal como Deus formou a Israel e, no Antigo Testamento o constituiu como seu representante, assim formou a Igreja para concluir a tarefa iniciada pelos hebreus. Ela representa o corpo de Cristo – organismo vivo que Deus levantou para realizar os seus propósitos.
O Espírito Santo foi dado à Igreja e quando o seu poder opera, Jesus faz a sua obra abundante por meio dela. A Igreja primitiva, por conseguinte, estava ciente da visão missionária e universal de Deus. Apesar das perseguições, nossos primeiros irmãos obedeceram piamente ao “ide” de Jesus. E nós? O que temos realizado?
A ordem dada por Jesus aos discípulos momentos antes de sua ascensão – que fossem suas testemunhas até aos confins da terra – não estava sendo cumprida pelos crentes em Jerusalém. Apesar de contar com milhares de crentes, os quais continuavam vivendo em Jerusalém tendo tudo em comum, a Igreja primitiva ainda não havia tomado consciência de sua missão. Foi então que Deus permitiu abater sobre os discípulos a perseguição que os dispersou para várias regiões. Filipe, por exemplo, foi para Samaria.
Outros discípulos testemunharam em outras cidades e muitos se converteram, tendo-se iniciado a formação do poderoso núcleo do evangelho que foi a igreja em Antioquia. Quando os apóstolos souberam da existência de discípulos em Antioquia, enviaram para lá Barnabé, incumbido de sondar a legitimidade das conversões. Tendo chegado e visto que de fato Deus concedera sua graça aos gentios, exortou os discípulos a permanecerem no Senhor e partiu em busca de Saulo, que estava, por aquele tempo, em Tarso, para engajá-lo na tarefa de estruturar a nova igreja. Então, os dois juntos se aplicaram intensamente ao ensino. Peça a seus alunos que relacionem três fatos ocorridos como resultado imediato do trabalho de Saulo e Barnabé em Antioquia. Dê-lhes cinco minutos para executarem esta tarefa. Esgotado o tempo estipulado, escreva no quadro de giz os fatos relacionados abaixo e compare-os com os apresentados por seus alunos.

1) Os discípulos foram despertados para a obra de beneficência (At 11.27-30).

2) Os discípulos foram, pela primeira vez, chamados cristãos (At 11.26).

3) Teve início a obra missionária; os crentes de Antioquia separaram a Paulo e Barnabé, e os enviaram na qualidade de missionários a outras terras.

INTRODUÇÃO

Em Antioquia da Síria estava a primeira igreja gentia e a maior igreja missionária depois de Jerusalém. Além dessas duas características, gentia e missionária, Antioquia também teve o privilégio de ter o apóstolo Paulo como seu pastor (v.26), tornando-se a base missionária deste apóstolo. Vejamos como esta etapa tão importante da evangelização mundial começou a se cumprir de acordo com o plano-mestre estabelecido por Nosso Senhor.

I. A IGREJA EM TERRITÓRIO GENTIO

1. Fugindo das perseguições. As perseguições iniciadas em Jerusalém, depois do martírio de Estêvão, tornaram insuportável a situação dos cristãos naquela cidade. Muitos foram dispersos, não só pela Judéia e Samaria, mas para além da terra de Israel, indo para a Fenícia, Chipre, Antioquia da Síria e Cirene (v.19; 8.1-4). De todas essas regiões, Antioquia sobressaiu-se, tornando-se no mais importante centro missionário do primeiro século. Durante os primeiros séculos do Cristianismo ela esteve entre os cinco maiores centros cristãos da história: Antioquia, Jerusalém, Alexandria, Constantinopla e Roma.

2. A cidade de Antioquia da Síria. Distava 500 quilômetros de Jerusalém e gozava de posição estratégica favorável para missões. Localizava-se na divisa entre os dois mundos culturais da época – o grego e o semita. Não deve ser confundida com a Antioquia da Pisídia (At 13.14). Era a terceira cidade do Império Romano, vindo depois de Roma e Alexandria. Passou a ser a capital da província romana da Síria, em 64 a.C., quando Pompeu a conquistou.

3. O caráter universal do evangelho. Era cidade de população mista e boa parte desta era de judeus. Josefo afirma que muitos judeus emigraram para a região nos dias dos selêucidas e outros fugiram para lá durante as guerras dos Macabeus. Isso talvez justifique a forte presença judaica, em Antioquia, nesse período da história da Igreja. A chegada do evangelho à cidade representou muito cedo o caráter universal da mensagem cristã. A partir daí o Cristianismo saiu dos círculos judaicos para ser pregado a todos os povos, conforme determinação do Senhor Jesus (Mt 28.19,20; Mc 16.15).

II. OS FUNDADORES DA IGREJA DE ANTIOQUIA

1. Começou no anonimato. Os fundadores da igreja de Antioquia eram de Chipre e de Cirene: “Os quais, entrando em Antioquia, falaram aos gregos, anunciando o Senhor Jesus” (v.20). Até então o evangelho era pregado só aos judeus (v.19). Talvez a experiência de Pedro na casa de Cornélio tivesse chegado ao conhecimento deles, e começaram a pregar também aos gentios (v.20). O resultado foi extraordinário! Esses gregos creram no Senhor Jesus e o número deles crescia a cada dia (v.21). Nascia a igreja dos gentios. A ordem profética “até aos confins da terra”, de Jesus, caminhava rapidamente para o seu cumprimento (At 1.8).

2. Barnabé e Lúcio. As notícias foram recebidas com alegria pela igreja de Jerusalém. Curioso é que Barnabé era de Chipre (At 4.36) e Lúcio, um dos doutores da igreja de Antioquia, era de Cirene (At 13.1). Será que a iniciativa de se pregar aos gentios partiu deles? Quem seriam pois esses missionários? Muitos de nossos pioneiros ficaram no anonimato. Há grandes trabalhos que foram iniciados por pessoas anônimas, mas Deus conhece cada uma delas. Tais pessoas terão o seu galardão, e serão conhecidas e reconhecidas por toda a eternidade.

III. ESTRUTURANDO UMA IGREJA EM CRESCIMENTO

1. Enviado para ensinar. Barnabé foi enviado pela igreja de Jerusalém para ensinar aos gentios de Antioquia (v.26). Entendeu muito cedo o caráter universal do evangelho de Jesus. Ele e Saulo foram os primeiros pastores de Antioquia, e no exercício de seu ministério ultrapassaram as barreiras culturais. O Cristianismo é transcultural; a igreja de Jerusalém enviou o homem certo para Antioquia. Por ser cipriota, talvez tivesse mais jeito de lidar com os gentios (v.22). Esse é um exemplo de missionário enviado para ensinar numa igreja já constituída.

2. O convite feito a Saulo. Barnabé foi o primeiro que entendeu a nova realidade. Vendo que os costumes dos gentios eram muito diferentes das tradições judaicas e que aqueles irmãos estavam alegres e eram fervorosos no espírito, mas provenientes de outra cultura, lembrou-se de Saulo, pois sabia que o Senhor Jesus o havia chamado para pregar e ensinar aos gentios. Saulo era de Tarso, grande centro cultural da época, e conhecia a cultura grega. Ninguém melhor do que Saulo para ensinar a esses novos crentes de costumes estranhos. Barnabé não hesitou em buscá-lo em Tarso para essa nobre tarefa (v.25). Antioquia conquistou essa importância na história do Cristianismo graças a estrutura bem organizada por Barnabé e Saulo.

IV. O QUE SIGNIFICA O NOME “CRISTÃO”?

1. A palavra “cristão” ocorre somente três vezes no Novo Testamento (11.26; 26.28; 1 Pe 4.6). Originalmente designava um servo e seguidor de Cristo. Hoje tornou-se um termo geral, destituído do seu significado primitivo. A nós, este termo deve sugerir o nome do nosso Redentor (Rm 3.24), a idéia do profundo relacionamento do crente com Cristo (Rm 8.38,39), o pensamento de que o recebemos como nosso Senhor (Rm 5.1), e a causa da nossa salvação (Hb 5.9). (Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD)
Esequias Soares
Extraído da Revista "Lições Bíblicas"
Jovens e Adultos - Lições do 3o. trimestre de 2000
CPAD - Casa Publicadora das Assembléias de Deus