A contribuição cristã é bíblica. Não precisamos ter constrangimento em tratar do assunto. Infelizmente, muitos líderes religiosos, movidos pela ganância e regidos por uma falsa teologia, exploram o povo em nome de Deus, usando mecanismos nada ortodoxos, para vender seus produtos, criados na fábrica do misticismo, para auferirem lucro em nome da fé. Esses desvios da sã doutrina e da ética cristã, que trazem enriquecimento para uns e vergonha para todos, têm levado muitos crentes a serem refratários com respeito à mordomia dos bens. O extremo de uns, entretanto, não pode nos levar para outro polo. Devemos cingir nossa fé e nossa conduta apenas pela Palavra de Deus.
Com respeito à contribuição cristã, precisamos observar duas coisas:
Em primeiro lugar, os dízimos. A entrega fiel de dez por cento de tudo quanto ganhamos para o sustento da obra de Deus é um ensino presente tanto no Antigo como no Novo Testamento. Não temos o direito de subestimar os dízimos nem de subtraí-los. Não compete a nós administrá-los. Devemos entregá-los com integralidade, alegria e gratidão para a manutenção da Casa e Deus e a expansão do seu reino.
Em segundo lugar, as ofertas. O apóstolo Paulo, na segunda epístola aos coríntios, trata dessa matéria de forma esplêndida. Ali nos oferece alguns princípios que vamos, aqui, destacar:
Primeiro, a oferta é graça mais do que obrigação (2Co 8.1). Graça é um favor imerecido. É Deus quem nos dá o privilégio de assistirmos os santos, socorrermos os necessitados e sermos seus cooperadores no avanço de sua obra.
Segundo, a oferta não é resultado da abundância do que temos no bolso, mas da generosidade do nosso coração (2Co 8.2). As igrejas da Macedônia, mesmo passando por muita prova de tribulação, manifestaram abundância de alegria, e mesmo suportando profunda pobreza, superabundaram em grande riqueza de generosidade, ao contribuírem para os pobres da Judeia. A contribuição cristã é um privilégio e não um peso. Deve ser feita com alegria e não com pesar.
Terceiro, a oferta deve ser voluntária e proporcional (2Co 8.3,4). Contribuir por coação ou constrangimento não tem valor aos olhos de Deus. A contribuição deve ser espontânea, e também, proporcional. Os crentes da Macedônia ofertaram na medida de suas posses e mesmo acima delas. A contribuição não é para trazer sobrecarga para uns e alívio para outros, mas para que haja igualdade. Para usar uma linguagem bíblica, “o que muito colheu não teve demais; e o que pouco, não teve falta”.
Quarto, a oferta é uma dádiva da vida, mais do que de valores financeiros (2Co 8.5). É fácil entregar uma oferta financeira a uma pessoa necessitada, sem entregar com ela o coração. Os macedônios deram-se a si mesmos primeiro ao Senhor, depois fizeram a oferta aos pobres da Judeia. Antes de trazer nossa oferta, precisamos trazer nossa vida. Primeiro Deus aceita o ofertante, depois recebe a oferta.
Quinto, a oferta é uma semeadura recompensada por Deus com farturosa colheita (2Co 9.6). Quando ofertamos para atender à necessidade dos santos, estamos fazendo uma semeadura. Quem semeia pouco, colhe pouco; quem semeia com fartura, com abundância ceifará. O bem que fazemos aos outros vem sobre nós mesmos e isso da parte do Senhor. Quem dá ao pobre, a Deus empresta. A alma generosa prosperará. A semente que se multiplica não é a que comemos, mas a que semeamos. É Deus quem nos dá semente para semear. É Deus quem supre e aumenta a nossa sementeira. É Deus quem multiplica os frutos da nossa justiça. É Deus quem nos enriquece em tudo, para agirmos com toda generosidade, a fim de que sejam tributadas a ele, as ações de graças. Quando socorremos os santos, isso não apenas supre as necessidades deles, mas também, redunda em ações de graças a Deus. Que Deus nos mova à generosidade e nos faça mordomos fiéis na administração dos bens a nós confiados!